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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

CAMAÇARI: EXPLOSÃO DE GÁS CAUSOU INCÊNDIO EM FARMÁCIA QUE MATOU 9

Farmácia em Camaçari após explosão na Bahia (Foto: Imagens/ Tv Bahia)

O incêndio que deixou 9 pessoas mortas e 14 feridas em uma farmácia na quarta-feira (23), em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, foi causado por uma explosão de gás. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (24) pela delegada Taís Siqueira, titular da 18° Delegacia Territorial (DT/Camaçari), durante uma coletiva no Prédio Sede da Polícia Civil, na capital baiana. Também participaram da coletiva representantes das polícias Militar e Técnica, além do Corpo de Bombeiros.

"Não foi só um incêndio. Foi uma explosão de gás que causou um desabamento de laje e depois um incêndio", relatou Siqueira. De acordo com a delegada, apesar da confirmação da motivação do acidente, ainda não é possível detalhar que tipo de gás causou a explosão, porque a situação é recente e a perícia ainda está em andamento no local. Segundo a delegada, até então, apenas uma pessoa que sobreviveu ao acidente foi ouvida, uma das funcionárias da farmácia, que trabalhava no caixa do estabelecimento e havia acabado de começar a trabalhar no momento da explosão.

Coletiva sobre tragédia em Camaçari que deixou 9 mortos contou com representantes das polícias Civil, Militar e Técnica, além do Corpo de Bombeiros em Salvador. (Foto: Alan Oliveira/G1 BA)

Conforme a delegada, em depoimento, a vítima relatou que estava almoçando no primeiro andar do prédio, local onde estava sendo realizada uma obra de manutenção por conta de infiltrações, quando, às 13h35, desceu para começar a trabalhar. Segundo a delegada, a mulher contou que assim que chegou no caixa onde iria começar o expediente, houve a explosão e o incêndio começou.

Ainda de acordo com a delegada Taís Siqueira, outras pessoas, entre sobreviventes e responsáveis pela empresa e pela obra, que acontecia há quase 30 dias, também deverão ser ouvidas ao longo das investigações. O inquérito já foi instaurado e deve ser concluído após a finalização dos laudos periciais e identificação das vítimas mortas. Quando ainda estavam em operação, em Camaçari, os Bombeiros informaram que operários faziam manutenção no telhado que tinha uma estrutura de metal e estavam entre a laje e o teto. Primeiro teria ocorrido uma explosão, em seguida parte da laje desabou e nesse momento já havia chamas também no fundo da farmácia.

Segundo os bombeiros, os operários estavam usando máquina de solda e maçarico na recuperação do telhado. Para fazer o maçarico funcionar é preciso de um gás combustível, normalmente é usado o acetileno, mas de acordo com denúncia os operários estavam usando gás de cozinha. Contudo, apenas a perícia poderá confirmar o que motivou a explosão. Na manhã desta quinta-feira (24), o advogado da farmácia Geraldo Gadelha se pronunciou sobre o caso e negou que o local estivesse em obras. Segundo o assessor, a laje da farmácia caiu devido a infiltrações causadas pela chuva.

"A farmácia não estava em obras. Estava previsto uma parada no sábado. Todos sabem que Camaçari teve dois pequenos dilúvios na semana que passou. Isso gerou uma infiltração para dentro da loja. E nós íamos recuperar totalmente o telhado por óbvios motivos. Não sabemos o que aconteceu porque, veja, é absolutamente impensável que uma laje caia por causa de uma infiltração, mas foi o que aconteceu", afirma.

Geraldo negou também a existência de um botijão de gás dentro da farmácia, e disse que as pessoas viram um botijão "de recuperação de ar-condicionado". "Não existe bujão de gás nas lojas Pague Menos. O aquecimento das possíveis refeições é feito através de microondas. Não há bujão de gás. Quem viu viu um bujão de recuperação do ar-condicionado que estava na calçada. Se um bujão daquele explode, ele desintegra a pessoa que está ao lado dele. Então, se o bujão tivesse explodido, nem ele, nem as pessoas estariam ali. Então, nós queremos deixar muito claro, expressar o nosso profundo pesar".

Identificação
De acordo com o perito Mário Câmara, que é diretor do Instituto Médico Legal e também estava na coletiva desta quinta-feira, o processo de identificação dos corpos de todas as 9 vítimas da tragédia deve ser demorado devido à intensidade das queimaduras. "Estão muito estragados", disse. Segundo o perito, inicialmente, apenas o corpo de uma mulher foi identificado e liberado para a família. Dos outros corpos, sete também são femininos e, conforme o perito, entre eles, está o de uma menina de 9 anos e o da mulher encontrada abraçada a ela. O nono corpo ainda não teve o sexo identificado.

Câmara informou que todos os corpos possuem sinais de traumas causados pela explosão e pela queda da laje. De acordo com o perito, a identificação deve ser tentada pela arcada dentária ou pelas digitais das vítimas. Caso não seja possível, precisará ser feito o exame de DNA, que é mais demorado. Ainda na coletiva, a polícia informou que o local do acidente está escorado e que não há ricos de desabamento da estrutura. A área, no entanto, segue isolada para continuidade do trabalhos dos peritos.

Luto
Por conta da tragédia, a prefeitura de Camaçari decretou luto oficial de sete dias na cidade. Por meio de nota, a Câmara de Vereadores lamentou o caso. "O município inteiro está abalado com a situação, que tocou o coração e entristeceu a todos", disse a instituição por meio de nota. A rede Pague Menos também se pronunciou por meio de nota e disse que lamenta o incidente ocorrido no estabelecimento e que está prestando apoio e assistência às famílias e vítimas do acidente. Informou ainda que providenciou a remoção dos feridos para o Hospital Geral do Estado e Hospital Teresa de Lisieux, ambos em Salvador. Parte da diretoria e psicólogas da companhia estão na cidade para dar suporte às famílias dos clientes e funcionários, além de custear todas as despesas.

FONTE: G1

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