Policiais da Delegacia Territorial de Eunápolis prenderam, na manhã desta quarta-feira (29), uma mulher de 60 anos, responsável por preparar drogas e celulares para inserir no Conjunto Penal de Eunápolis através de visitantes que, muitas vezes, se passam por grávidas para não serem submetidas ao scanner corporal. A idosa é mãe de um interno do presídio de Eunápolis.
A prisão ocorreu durante a 7ª fase da Operação Unum Corpus, coordenada pelo DEPIN/Departamento de Polícia do Interior. A operação, que significa “um só corpo”, foi deflagrada em todo o interior da Bahia e resultou na prisão de 75 pessoas.
Outra mulher, de 36 anos, moradora de Porto Seguro, que estava no local para buscar o material ilegal que levaria para dentro do presídio, também foi presa. Com ela, foi encontrado um exame falso de gravidez, cuja emissão será investigada. Segundo a polícia, as duas mulheres estavam a serviço de uma facção criminosa ligada ao BDM, com atuação em Eunápolis.
APREENSÃO – Durante as buscas realizadas no bairro Santa Lúcia, em Eunápolis, foram apreendidos diversos celulares, 430 gramas de maconha e 177 gramas de cocaína, que estavam sendo preparadas para serem introduzidas no presídio.
Os aparelhos celulares estavam cuidadosamente embrulhados com borracha de câmera de ar de pneu de bicicleta, papel carbono e fita isolante, a fim de não serem detectados pelo scanner durante a revista pessoal. JNo local, também foram apreendidos dois scanners portáteis, utilizados para testar o isolamento dos telefones celulares preparados.
As buscas foram autorizadas pelo juiz titular da 1ª Vara Criminal de Eunápolis, que substitui o juiz da 2ª Vara Criminal.
GUERRA DE FACÇÕES – Também no âmbito da Operação Unum Corpus, policiais civis de Eunápolis cumpriram mandados de prisão preventiva contra dois homens, de 22 e 29 anos, apenados dos presídios de Eunápolis e de Teixeira de Freitas, respectivamente. As prisões foram decretadas pelo juiz titular da Vara do Júri da Comarca de Eunápolis. Os dois homens são acusados de terem assassinado Eduardo Pereira de Brito no dia 14 de setembro de 2020, durante ataque a tiros praticados por uma facção criminosa em um bar no bairro Juca Rosa, em Eunápolis.
Na época, houve uma série de ataques em retaliação ao homicídio de Rian Andrade Pereira, ocorrido cinco dias antes no bairro Itapuã, também em Eunápolis. No total, foram registrados cinco homicídios no município em um intervalo de quatro dias, além de toque de recolher determinado por áudios que circularam em redes sociais na cidade.
As investigações apontaram que o ataque que resultou na morte de Eduardo Pereira de Brito foi praticado em retaliação à surra que um preso conhecido pelos apelidos de Pernoca ou Maquinista levou no presídio de Serrinha ao tentar matar o líder da facção rival. Ambos estavam presos na mesma unidade prisional, submetidos ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). As investigações prosseguem e outros suspeitos de participar dos ataques devem ser indiciados.
FONTE: RADAR64