Pelo menos dois dos três suspeitos de envolvimento na morte do ex-ator mirim João Rebello já tinham mandado de prisão em aberto por outros crimes. O artista foi assassinado a tiros em Trancoso, distrito turístico de Porto Seguro, no extremo sul da Bahia, no último dia 24.
Ele morava na cidade e trabalhava como DJ e artista visual. De acordo com a Polícia Civil, João foi morto por engano — confundido com outro homem parecido com ele e que usava o mesmo tipo de carro. A instituição descartou qualquer possibilidade de que o artista estivesse ligado a atividades criminosas.
Os suspeitos do homicídio já foram identificados: Felipe Souza Bruno, mais conhecido como Zingue, Anderson Nascimento Sena, chamado de Danda, e Wallace Santos Oliveira, o WL. Esse último se apresentou na 3ª Delegacia Territorial (DT/Trancoso), acompanhado por um advogado. Os mandados de prisão preventiva foram expedidos na quarta-feira (30).
Os outros dois são considerados foragidos. A polícia disse que ambos possuem mandados de prisão em aberto por homicídio e tráfico de drogas. O G1 consultou o Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e resultado mostra que Anderson Nascimento Sena era alvo de ao menos dois mandados de prisão:
- o primeiro por roubo à mão armada, expedido em 18 de abril de 2023 pela 1ª Vara Criminal, Júri e Execuções Penais de Eunápolis, outra cidade do extremo sul baiano;
- o segundo corresponde ao crime de homicídio por motivo fútil, expedido em 18 de setembro de 2023 pela 1ª Vara Criminal, Júri e Execuções Penais de Porto Seguro.
O BNMP mostra que o homem foi condenado a seis anos e oito meses de prisão em regime semiaberto, com sentença já transitada em julgado — ou seja, sem possibilidade de recurso. Procurada pelo g1, a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) confirmou que o réu ainda não havia sido capturado.
Já Felipe Souza Bruno aparece como alvo de apenas um mandado de prisão, também pelo crime de homicídio por motivo fútil. O mandado de prisão preventiva foi expedido em 22 de junho de 2022 pela Vara de Jurisdição Plena de Belmonte, na mesma região. De acordo com o TJ-BA, esse mandado chegou a ser cumprido, por isso o processo aparece como "arquivado definitivamente". O Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões, no entanto, aponta que o réu não foi recapturado.
O g1 tentou contato com a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) para checar quando o suspeito foi detido e quais as circunstâncias da liberdade — se ele obteve decisão favorável à soltura ou se fugiu, por exemplo —, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. Tanto Felipe quanto Anderson seguem procurados pela Polícia Civil, agora pelo crime contra João Rebello.
FONTE: G1
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