PESQUISE NO BLOG

 

quarta-feira, 23 de abril de 2014

STF REJEITA PEDIDO DE LIBERDADE PARA PRISCO


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski rejeitou nesta quarta-feira (23) pedido de liberdade feito pelo vereador baiano Marco Prisco, um dos líderes da greve da Polícia Militar da Bahia que ocorreu na semana passada.

Marco Prisco está preso desde 18 de abril no Complexo Penitenciário da Papuda, nos arredores de Brasília, e foi detido em prisão preventiva para "garantia da ordem pública". Segundo a decisão que determinou a prisão, Prisco foi detido em razão de ação penal à qual responde sobre a greve da PM de 2012. O juiz entendeu que o Código de Processo Penal prevê a prisão de quem possa cometer novamente o crime pelo qual responde.

Além de vereador, Prisco é diretor-geral da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares no Estado da Bahia (Aspra). A defesa de Marco Prisco argumentou que a prisão é ilegal porque a greve na Bahia já terminou.

Ao analisar o caso, o ministro Ricardo Lewandowski destacou que a prisão foi decretada porque "o paciente, líder do movimento paredista em 2012, articulava mais uma vez a deflagração de outra greve, o que poderia ocasionar graves transtornos à população, a exemplo do que ocorreu naquele ano".

Lewandowski frisou ainda que a Costituição "veda a greve de militares, uma vez que ela representa grave ameaça ao próprio regime democrático".

"A Constituição Federal vedou expressamente a greve dos policiais militares e foi silente quanto à possibilidade do direito de greve dos policiais civis. Todavia, pela semelhante razão que levou o Constituinte originário a vedar o direito de greve aos policiais militares, a jurisprudência desta Corte tem assentado que essa vedação se estende também aos policiais civis, a partir de uma interpretação sistemática do Texto Magno."

Na avaliação do ministro, dois dias de greve da PM na Bahia foram "alarmantes" e o fim da paralisação não restabeleceu a ordem pública no estado.

"Conforme amplamente noticiado na imprensa, os agentes da Força Nacional e das Forças Armadas ainda permanecem na Bahia para a garantia da lei e da ordem, tendo em vista o clima de insegurança ainda presente no estado."

O pedido de habeas corpus foi feito inicialmente à Justiça Federal. Ao analisar o caso, o desembargador José Amílcar Machado, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, avaliou que se tratava de questão constitucional por se tratar de crime previsto na Lei de Segurança Nacional e mandou para o STF. Nesses casos, segundo o desembargador, a Constituição determina análise pelo Supremo.

O vereador responde a sete crimes previstos na Lei de Segurança Nacional, como impedir com violência ou grave ameaça o livre exercício de qualquer dos poderes da União ou dos estados e praticar sabotagem contra instalações militares, meios e vias de transporte. Também é processado por paralisar total ou parcialmente atividade ou serviços públicos essenciais para a defesa, a segurança ou a economia do país.

Prisco foi preso na tarde do dia 18 de abril na Costa do Sauípe (BA) pela Polícia Federal, com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Aeronáutica. Ele foi levado a Salvador e, de lá, para Brasília, onde foi preso no Complexo da Papuda.

Greve
Durante a greve da Polícia Militar da Bahia, segundo a Secretaria de Segurança, foram registrados 59 homicídios em Salvador e região metropolitana, além de 156 roubos de carro e seis furtos.

Na semana passada, a Justiça Federal determinou a suspensão imediata da paralisação, estipulou multa em R$ 1,4 milhão e bloqueou bens das associações grevistas. No período da greve, tropas do Exército chegaram a reforçar a segurança nas ruas de Salvador.

FONTE: G1

3 comentários:

  1. Lindoel José Santana25 de abril de 2014 às 13:46

    Prende um liderança de trabalhadores, Bloqueia os seus bens. Esse filme passava durante a Ditadura militar de 1964 a 1980. É o Brasil dos corruptos do Mensalão, os quais, não tiveram os seus bens bloqueados. Aí estão dois pesos e duas medidas.
    Essa é a Democracia exercida na Coreia do Norte.
    Mas, como se vê, mudou à época, porém, o regime é o mesmo.

    ResponderExcluir
  2. Lindoel José Santana25 de abril de 2014 às 14:06

    O Brasil está voltando a adotar medidas do regime de 1964, quando prende e bloqueia os bens de um líder grevista na Bahia. O mais intrigante é que a greve já havia terminado quando ocorreu a prisão e portanto o líder grevista não oferecia o propalado risco de incitar os grevistas, segundo justificativas de sua prisão.
    Contudo, os que mandam prender um líder de greve, faz vistas grossas a quem causou o fabuloso prejuízo na compra de refinaria para Petrobras, além, do rumoroso escândalo dos mensaleiros, os quais, não tiveram seus bens indisponíveis. É a "democracia da justiça" no Brasil. Pergunta-se, que país é esse.

    ResponderExcluir
  3. Lindoel José Santana25 de abril de 2014 às 14:22

    Percebe-se o quanto a PM é indispensável para a segurança da nossa sociedade e ao mesmo tempo não é dimensionada na sua importância pelos governistas. Como um policial pode sobreviver com um salário que o empurra para moradias de periferias, onde eles e seus familiares
    são alvos preferidos de malfeitores. Mas, assim como a justiça é cega, o Estado também é cego.

    ResponderExcluir