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sábado, 10 de maio de 2014

ITABUNA: NOVA FACÇÃO QUER ANIQUILAR FAMÍLIAS DE TRAFICANTES RIVAIS

Marlos-Macedosite

Uma guerra sanguinolenta, que já deixou mais de 50 mortos e centenas de feridos, ganhou mais uma organização “terrorista” e disposta a aniquilar os “soldados” da nação inimiga. O “prêmio” é apenas um: a soberania do tráfico. Estamos falando da mais nova facção criminosa que se formou em Itabuna. Trata-se do DMP, grupo formado por ex-integrantes do Raio B dos bairros Daniel Gomes, Maria Pinheiro e Pedro Jerônimo. Jovens e adolescentes que romperam com o “contrato” e resolveram criar suas próprias leis.

Em entrevista ao Diário Bahia, o delegado Marlos Macedo, titular da DH (Delegacia de Homicídios), falou sobre o assunto e revelou parte do “mapa” traçado pelo DMP, que ameaça, além dos membros dos Raios A e B, cidadãos de bem, reféns da violência. Pais e filhos presos dentro das suas próprias casas. Trabalhadores e estudantes que se arriscam a sair e acabam ficando no meio do fogo cruzado.

Quem mora no bairro Pedro Jerônimo, por exemplo, pôde presenciar, recentemente, homens fortemente armados “guardando” uma casa. Era a residência da família do traficante e homicida Sidmar Soares Santos, o “Bolota”, transferido para o Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande (MS), desde março de 2013.

Segundo Macedo, os familiares do preso, que é um dos líderes do Raio A na cidade, estão sendo ameaçados de morte. A mãe do detento, inclusive, chegou a sofrer um atentado, quando dezenas de tiros foram disparados contra o imóvel, na avenida principal da comunidade. Os ataques, informou o delegado, foram ordenados por Thiago Penteado, chefe do DMP, “setor” do Daniel Gomes. “Eles querem ‘dinamitar’ o prédio que Bolota construiu e, com isso, assumir o controle total do trafico no Pedro Jerônimo”, explicou o policial.

Perguntamos a dr. Marlos como fica a situação das famílias que moram naquele lugar. “Daremos todo o apoio possível, desde que nos procure”, disse. E o que a polícia tem feito para amenizar as conseqüências desse confronto? O delegado informou que, além de listar e pedir a prisão dos envolvidos em homicídios ou atentados, está em andamento um inquérito policial na 2ª Delegacia, sob a responsabilidade da delegada Katiana Amorim. O objetivo dessa investigação é identificar e prender todos os acusados nos crimes de tráfico de drogas, principal “pivô” dos assassinatos, e formação de quadrilha.

Sentença de morte via Facebook e Whatsapp
O delegado assegurou que cerca de 90% dos homicídios ocorridos na cidade são frutos desse combate, aparentemente interminável, entre traficantes. Não é mais segredo que as ordens para matar “A, B ou DMP”, na maioria das vezes, saem de dentro das celas do Conjunto Penal.

E agora a coisa ficou mais moderna. Basta uma mensagem e ponto: a “sentença” é dada via facebook ou whatsapp. “Internos fazem uso continuado de aparelhos celulares modernos (S4), ordenando homicídios até pelo facebook, como já presenciei por uma testemunha”, reforçou o policial, que se mostrou um tanto cético no que diz respeito ao combate dessa prática. “Infelizmente, esse é um problema que parece sem solução em nível de Brasil”, declarou.

Como na primeira entrevista que concedeu a este jornal, há cerca de dois anos, Dr. Marlos continua afirmando que combater o tráfico é como enxugar gelo e atestou: “Quanto mais prendemos, citando a PM e a Civil, a gente observa que sempre há alguns adolescentes assumindo os postos de comando do tráfico de drogas. Estamos sempre prendendo as mesmas pessoas”.

Quanto aos bairros considerados mais perigosos e onde ocorre o maior índice de assassinatos, o delegado destacou oito: Daniel Gomes, Pedro Jerônimo, Califórnia, Pau Caído, Novo Horizonte, altos dos Canecos e Cuscuz, Lomanto e São Lourenço. Ele informou que nestes locais, inclusive, estão sendo intensificadas ações para tentar punir os assassinos, alguns deles já com prisões decretadas.

A polícia já identificou, por exemplo, “guerras” específicas entre os altos do Cuscuz e dos Canecos; bairros Lomanto e Santo Antonio. Esta última, aliás, ditou o crime ocorrido no mês passado, no clube da Adelba, durante um chá de bebê. Na ocasião, um homem foi morto e duas adolescentes saíram feridas.

“Estamos atentos a todos os homicídios que ocorrem na cidade. Quando parece que a DH não está atuando, é porque estamos formalizando o inquérito policial e pedindo as prisões dos envolvidos, para depois desencadear operações e cumprir os mandados judiciais”, justificou.

FONTE: DIÁRIO BAHIA

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