O homem preso por suspeita de envolvimento na morte do engenheiro elétrico Nivaldo Castor de Cerqueira, de 63 anos, era amigo da vítima havia cinco anos e armou uma emboscada contra ele, junto com outros dois comparsas, para roubar R$ 1,5 mil, segundo informações divulgadas nesta sexta-feira (2) pela Polícia Civil. Os demais suspeitos de envolvimento no crime estão sendo procurados. Dejailton Soares dos Santos, conhecido como Bruno Ilha, foi localizado pela polícia na quinta-feira, na rodoviária de Feira de Santana, a 100 quilômetros da capital baiana. Segundo a polícia, o suspeito, que também teria envolvimento com uma quadrilha de roubo de veículos, foi flagrado quando tentava embarcar para a cidade de Jequié, no sudoeste do estado.
Conforme a investigação, após ir com o engenheiro até a praia de Ipitanga, em Lauro de Freitas, o suspeito se fez de vítima quando os dois comparsas dele chegaram e anunciaram o assalto. A situação, no entanto, segundo a polícia, tinha sido armada pelos criminosos. Dejailton disse, no depoimento, que precisava dos R$ 1,5 mil para ajudar o irmão, de prenome Anderson, que está preso em Lauro de Freitas, e que, por isso, combinou com dois comparsas para roubar os cartões de Nivaldo. Conforme a polícia, o suspeito ainda disse que esperava que o engenheiro não desconfiasse da sua participação no assalto. O suspeito preso negou, no entanto, que tenha matado a vítima.
O engenheiro foi colocado no porta-malas do próprio carro e levado para Simões Filho. Segundo a polícia, os três suspeitos passaram a fazer diversos saques em caixas eletrônicos na região de Lauro de Freitas, retirando a soma de R$ 990. Conforme o suspeito, ao perceber que a vítima não tinha tanto dinheiro, os criminosos resolveram tirá-lo do porta-malas, mas o encontraram já morto. A polícia disse, no entanto, que essa versão ainda está sendo investigada, já que a perícia encontrou uma marca no pescoço da vítima, que pode indicar asfixia mecânica. “Somente os exames periciais poderão afirmar a causa da morte”, disse a diretora-adjunta do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Clelba Teles, durante a coletiva. O corpo da vítima foi enterrado pelos criminosos em uma área de difícil acesso, no bairro Góes Calmon, e só foi achado na noite de quinta-feira (1º) e identificado através das digitais.
Investigações
No dia 24 de maio, a família do engenheiro registrou o desaparecimento dele na Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP). A polícia disse que traçou todo o caminho feito por Nivaldo desde o dia em que ele desapareceu, no dia 23 de maio. Nivaldo tinha sido visto pela última vez no estacionamento de um hipermercado, localizado na Avenida ACM, por volta das 20h, do dia 23 de maio. No local, ele deixou um funcionário que trabalhava na mesma empresa que ele, localizada em Lauro de Freitas, como, segundo a polícia, mostram imagens de câmeras de segurança analisadas. Em seguida, o engenheiro teria trocado mensagens com Deijailton e marcado um encontro com o suspeito ainda em Salvador. Ainda de acordo com a investigação, após se encontrarem, Nivaldo e Deijailson foram juntos para a praia de Ipitanga, em Lauro de Freitas, onde a emboscada ocorreu.
“Nós refizemos os passos dele e passamos a colher depoimentos com familiares e amigos para tentar localizá-lo, mas ao perceber que havia indícios de ação delituosa o caso passou a ser investigado pela direção do Departamento”, explicou a delegada Heloísa Simões, titular da DPP. A polícia afirmou que chegou até Dejailton após ouvir amigos da vítima. “À partir desses novos depoimentos chegamos até Bruno Ilha e passamos a monitorá-lo. Conseguimos imagens dele usando o cartão de crédito do engenheiro no dia do crime e solicitamos a prisão temporária dele”, contou o diretor do DHPP, José Bezerra.
No dia 29 de maio, seis dias depois do desaparecimento, o veículo de Nivaldo foi encontrado em Simões Filho, mesmo município onde o corpo dele foi achado, enterrado em uma cova rasa, na quinta-feira (1º). O aparelho celular do engenheiro foi vendido em um site de comércio eletrônico e o comprador foi conduzido ao DHPP, ouvido e liberado em seguida. O mesmo aconteceu com a companheira de Bruno Ilha, suspeita de ter colocado o aparelho celular à venda. “Apesar de já termos autuado Bruno por latrocínio, ainda estamos trabalhando na identificação dos demais comparsas envolvidos neste crime. Há indícios que eles integram uma quadrilha especializada em roubos na região de Lauro de Freitas”, disse Clelba Teles.
FONTE: G1
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