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sexta-feira, 26 de maio de 2023

FACÇÃO CRIMINOSA DE SALVADOR USA FUZIS DA OTAN E DAS FORÇAS ARMADAS DOS EUA


“Somente veículos especiais militares são dotados de blindagem suficiente para antepor o calibre 5,56”, diz o juiz Walmir Viana Ribeiro Júnior, em sua decisão que manteve preso um traficante encontrado com três fuzis no bairro do Periperi, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. O espanto do magistrado é fato de que as armas são as mesmas usadas por país integrantes da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e também das Forças Armadas dos Estados Unidos (EUA) e que isso retrata, principalmente, a desvantagem da força policial diante à facção Bonde do Maluco (BDM), a maior organização criminosa do estado.

“Enfim, é do largo conhecimento na esfera da justiça criminal que os armamentos deste jaez são adquiridos pelas organizações criminosas, narcotraficantes, com o intuito de guarnecer as comunidades para manter seu domínio territorial, sobretudo, para serem empregadas contra os agentes de segurança pública”, diz o juiz Walmir Viana Ribeiro Júnior, da Vara de Audiência de Custódia da Comarca de Salvador, em decisão do dia 14 de maio, ao qual o CORREIO teve acesso com exclusividade. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), do início deste ano até o último dia 16, 19 fuzis foram apreendidos pela polícia na Bahia.


Segundo o juiz, foram apreendidos em Periperi três fuzis calibre 556, sendo um de marca CZCCH, Small Arms e dois de marca Colt's com cinco carregadores, além de farta quantidade de munição calibre 556. “Possui um ‘alcance útil’(podendo a mira ser feita com precisão pelo operador) de 600 metros, embora o projétil possa atingir uma distância total de até 2km, contudo, de forma imprecisa. O poder transfixante também é deveras robusto, traspassando muros e paredes de tijolos e blindagens de automóveis até o nível 03, que inclui os carros fortes, empregados pelas empresas de transportes de valores”, detalhou Wladmir Viana sobre o poder de destruição do calibre 556.

Segundo o magistrado, os fuzis foram encontrados na localidade conhecida como Baixa de Mirante, em Periperi. “É identificada pelos serviços de Inteligência das Polícias Civil e Militar como sendo de domínio da ORCRIM Bonde do Maluco - BDM, quem mantem articulação direta com a facção paulista Primeiro Comando da Capital - PCC, esta a fornecedora de drogas ilícitas e armas de uso restrito contrabandeadas que costumeiramente são apreendidos naquela comunidade (sic)”, diz trecho do documento.

O BDM desembolsou pelo menos R$ 240 mil pelos fuzis que foram apreendidos. “Some-se a tudo isso, o fato de que após ser contrabandeado para o Brasil através das divisas coma Bolívia ou com o Paraguai, cada fuzil Colti 5.56 é comercializada para as facções narcotraficantes que operam nesta Região Metropolitana de Salvador pelo valor aproximado de R$ 80 mil”, pontua o juiz.

Apreensão

De acordo com o documento, uma equipe de policiais fazia uma ronda de rotina na Baixada de Mirante, quando se deparou com criminosos armados no dia 13 deste mês. Na hora, o grupo fugiu. Um dos integrantes entrou numa casa, onde foi preso com os fuzis e a munição. Durante interrogatório na audiência de custódia, Nerivaldo de Jesus Macedo disse ao juiz que há cerca de dois meses recebia um valor por semana para guardar todo o material apreendido e que não sabe identificar o dono das armas.

O CORREIO apurou que o proprietário dos fuzis e munições é o traficante conhecido como “Secão”, uma das lideranças do BDM em Periperi. “Ele é antigo na área. As armas seriam usadas contra os caras de Rio Sena, que são CV (Comando Vermelho)”, disse um morador. Segundo ele, diariamente, a partir de 18h, a tensão é grande na região, por causa dos confrontos entre os grupos. “Durante o dia, o bairro é tranquilo, mas à noite todo mundo fica refém, ninguém saí de casa. Ninguém fica na rua ‘boiando’ pra não levar tiro de graça. Escureceu, ninguém fica na rua porque sabe que vem o ‘bonde’ (grupo de homens armados). São de oito pra cima, tudo com arma pesada”, contou a fonte.

Ainda em sua decisão, pela prisão preventiva de Nerivaldo, o juiz disse que o traficante não fazia parte da liderança da facção, tendo em vista, a função que ele exercia no escalação da organização criminosa, de armazenar os fuzis, estimados em R$ 240 mil. “Que multiplicado por três deixam claro que extrapolam as possibilidades financeiras do flagranteado, cujo a posse do armamento, por óbvio, decorre de sua condição de integrante ‘narcoguerrilheiro’ (sic)”, declarou o magistrado.

No dia seguinte a apreensão dos três fuzis na Baixa de Mirante, a Polícia Militar prendeu um homem com um fuzil calibre 7,62 na Rua 13 de Maio. Além da arma, ele estava com carregadores, munições e porções de maconha.

FONTE: CORREIO 24H

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